15 de out. de 2023

capitulo 2 - termoterapia

Capítulo 2 - Joana Costa, João Páscoa Pinheiro

Agentes físicos – Termoterapia

 A aplicação de frio e calor com objetivos terapêuticos

 

1 - Principais objetivos formativos

  • A termoterapia: aplicação do frio e do calor com objetivos terapêuticos.
  • Crioterapia: efeitos biológicos (frio estático e frio dinâmico); técnicas de aplicação; indicações terapêuticas; limitações e contraindicações.
  • Calor superficial e calor profundo: processos de transferência de calor; efeitos biológicos; técnicas de aplicação; indicações terapêuticas; limitações e contraindicações.

 

2 – Introdução - A termoterapia está certamente entre as mais antigas aplicações de agentes físicos com objetivos terapêuticos. Define-se como uma modificao da ﷽﷽﷽﷽﷽Ediçção terapêutica da temperatura corporal e engloba tanto a aplicação de calor (superficial e profundo) como de frio (crioterapia).

A sua utilização tem por base os efeitos que as alterações da temperatura causam nos tecidos, nomeadamente na vascularização periférica, na atividade metabólica e enzimática, nas propriedades viscoelásticas dos tecidos moles, na atividade neuromuscular e nos processos de condução nervosa. Esses efeitos dependem não só do tipo de agente físico, como da forma de aplicação, duração de exposição e da natureza do tecido onde é aplicado. (1,2)

Importa referir que uma pequena variação térmica no interior dos tecidos é suficiente para promover uma resposta terapêutica clinicamente eficaz, promovendo diversas alterações biológicas. (1,2,3)

A prescrição do calor e do frio com objetivos terapêuticos deve sempre ser racional e ter em conta a fisiopatologia da entidade clínica em causa. Por exemplo, a aplicação de calor húmido está indicada numa contractura muscular pelo seu efeito miorrelaxante, no entanto poderá ser prejudicial se utilizada na fase aguda de um processo inflamatório. (4)

A prescrição destes agentes deve ser compreensiva, indicando locais, doses e tempos de aplicação, numa dimensão posológica. Exige o diagnóstico etiopatogénico e deve avaliar eventuais contraindicações relativas e absolutas. Habitualmente associa-se a outros agentes terapêuticos e desta forma deve ser enquadrada num programa compreensivo de medicina de reabilitação. (5)

As evidências destes agentes físicos são habitualmente baixas, considerando as limitações na investigação com agentes físicos (limitações clínicas, metodológicas e inerentes ao agente). De qualquer forma, a sua eficácia está comprovada e apresentada em diferentes tipos de estudos, tanto observacionais como experimentais. (1,2,6)

 

3 – Crioterapia - A crioterapia consiste na utilização do frio com objetivos terapêuticos. O frio pode ser aplicado de forma local ou segmentar, na superfície de um determinado local anatómico. Diferentes formas de aplicação e tempos de exposição determinam efeitos biológicos diversos, a explorar em termos clínicos.

 

3.1 – Técnicas de aplicação do frio - As formas de aplicação do frio terapêutico podem ser divididas de acordo com o processo de transferência de energia em condução, convecção e evaporação:

 

3.1.1 – Condução - Este mecanismo biofísico de transmissão de energia térmica implica contacto direto entre duas superfícies. De uma forma geral os sólidos são melhores condutores que os líquidos. Naturalmente, os tecidos mais próximos do agente físico são os que menos demoram a arrefecer (o reaquecimento tecidual ocorre em termos inversos). (1) Podemos considerar duas técnicas de aplicação do frio terapêutico por condução:

 

* Frio estático, em aplicação local (0 a 10ºC) durante 10 a 15 minutos, 4 a 6 vezes ao dia ou através de imersão da extremidade em água fria (4ºC a 14ºC) durante 10 a 20 minutos. Os efeitos do frio são tempo-dependentes e verifica-se uma estratificação em profundidade. (1,2,4) A temperatura dos tecidos superficiais diminui cerca de 15ºC após 10 minutos e a temperatura subcutânea cerca de 3ºC a 5ºC. (3) A diminuição da temperatura intramuscular (a cerca de 2 cm de profundidade) pode variar conforme a localização anatómica e o tempo de aplicação. (1,3) Exemplos de formas de aplicação são os cubos de gelo, os sacos de gelo, as toalhas geladas, as compressas frias, o gel frio, os materiais isotérmicos e a imersão em água fria.

* Frio dinâmico, em massagem circular direta (habitualmente com um cubo de gelo) durante 7 a 10 minutos, 2 vezes ao dia, ou em massagem fugaz (massagem de 2 a 3 segundos repetida sequencialmente). Combina o efeito terapêutico do gelo com o efeito mecânico da massagem. A massagem circular destaca-se pelas características hiperemiantes e a massagem fugaz pelas características excitomotoras.

De um modo geral, as formas de aplicação de frio estático e frio dinâmico apresentam disponibilidade para serem realizadas como terapêutica domiciliária.

 

3.1.2 – Convecção - Neste caso, o contacto é entre um meio circulante intermediário e outro de diferente temperatura. Como o agente térmico está em movimento, há maior transferência de energia do que na condução, durante o mesmo período de tempo (para o mesmo material e mesma temperatura inicial). Uma das formas de aplicação é o turbilhão frio (temperatura da água entre 10 e 15ºC) para imersão de uma extremidade, embora seja habitualmente mal tolerado. (3,4)

 

3.1.3 – Evapora

﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽plicaç profundidade) açonforme a localiaçC a 15ºC consoante a ção - A aplicação em forma de vaporização de líquidos voláteis (como o fluorometano) sobre a pele quente faz com que estes evaporem através da absorção do calor e arrefeçam a superfície tissular. De uma forma geral, produzem uma alteração abrupta da temperatura numa área de superfície reduzida e associam-se a risco de irritação cutânea e agressão dos tecidos por congelamento cutâneo local. (1,4)

 

3.2 – Efeitos biológicos - Os efeitos fisiológicos do frio dependem de diversos fatores tais como a técnica de aplicação, a temperatura utilizada, o tempo de aplicação, a área de superfície corporal a tratar e a quantidade de gordura subcutânea na região. (6)

 

3.2.1 – Efeitos hemodinâmicos - A aplicação do frio estático sobre a pele causa uma vasoconstrição local imediata que é máxima no local onde o frio é aplicado (onde a diminuição da temperatura é maior) e que se mantém desde que a duração da aplicação não ultrapasse os 15 a 20 minutos. (1-4) O frio também aumenta a viscosidade do sangue, aumentando a resistência do fluxo sanguíneo local e diminuindo a permeabilidade capilar, e diminui a produção e libertação de mediadores vasoativos (como a histamina e prostaglandinas). (1,4)

Quando o frio estático é aplicado por um período de tempo superior a 20 minutos ou atinge uma temperatura inferior a 10ºC, pode ocorrer vasodilatação, sobretudo se se tratar de uma extremidade. Este efeito é difícil de avaliar e não é consistente. O rubor observado na superfície da pele não está relacionado com a vasodilatação; deve-se sim ao aumento da concentração de oxihemoglobina no sangue pois a dissociação oxigénio-hemoglobina diminui a baixas temperaturas. (1)

 

3.2.2 – Efeitos metabólicos - O frio diminui a atividade metabólica e enzimática, incluindo a resposta inflamatória aguda. Estas alterações biológicas ocorrem mesmo com reduzidas alterações da temperatura corporal. (1-4)

 

3.2.3 – Efeitos viscoelásticos - O frio afeta as características elásticas dos tecidos moles (nomeadamente a viscosidade e a flexibilidade), sendo os tecidos conjuntivos muito sensíveis a pequenas variações térmicas. (1,3)

 

3.2.4 – Efeitos neuromusculares - Ao diminuir a temperatura do nervo periférico, o frio estático diminui a velocidade de condução nervosa (motora e sensitiva) de forma proporcional ao grau e duração da diminuição da temperatura e o seu efeito é mais evidente em fibras pequenas e mielinizadas como as fibras A-delta. Diminui também a atividade do fuso neuromuscular (particularmente das fibras aferentes Ia e II). (1) Inversamente, o frio dinâmico aumenta a excitabilidade do fuso neuromuscular e a condução nervosa.

No músculo, a crioterapia interfere na produção de força muscular, tanto estática como dinâmica. A força muscular isométrica aumenta após 5 minutos de massagem direta com gelo. No entanto, se a aplicação for superior a 30 minutos, a força muscular isométrica diminui inicialmente e aumenta 1 hora depois, atingindo uma força superior à de pré-arrefecimento que se prolonga durante cerca de 3 horas. (1)

A aplicação do frio durante 30 minutos diminui temporariamente a espasticidade e a resistência à mobilização passiva durante cerca de 1 hora. (1) A diminuição da atividade do motoneurónio gama parece ser responsável pela diminuição da força de contração muscular após alguns minutos de arrefecimento. Pelo contrário, uma aplicação breve (alguns segundos) facilita a atividade do motoneurónio alfa promovendo a contração do músculo por um curto período de tempo. (1)

O frio tem também um efeito analgésico que resulta do aumento do limiar de perceção da dor por redução da estimulação nociceptiva periférica e estabilização das terminações livres e, possivelmente, por estimulação da atividade opióide endógena descendente. (1,4,7) Além disso, diminui o edema (ao limitar a permeabilidade da membrana celular) e pode reduzir de forma sensível a pressão compartimental, em aplicação estática com efeito vasoconstritor. (1,2)

 

3.3 – Indicações clínicas - A crioterapia tem uma vasta aplicabilidade terapêutica tanto em patologias musculoesqueléticas (fase aguda ou de estado) como na patologia neurológica e outras.

 

* Fase aguda do processo inflamatório - A principal indicação clínica do frio é na fase aguda do processo inflamatório (em termos médios, as primeiras 48 a 72 horas). (3,7) Nas patologias traumáticas, degenerativas ou inflamatórias agudas (ou agudização de patologia crónica) o frio é utilizado para limitar o edema e o aumento da pressão compartimental, o rubor e o calor locais, o contexto nociceptivo, a atividade metabólica pró-inflamatória, a hemorragia e a deterioração funcional. A utilização do frio estático na patologia traumática mostrou-se eficaz na redução significativa da dor e da incapacidade funcional bem como no aumento da satisfação do doente. (5,7) O uso de crioterapia profilática após o exercício e após mobilização articular agressiva também se revelou eficaz na diminuição da inflamação e na diminuição da dor de aparecimento tardio, facilitando assim a recuperação da fibra e facilitando a performance. (7) Na patologia inflamatória articular, a diminuição da atividade enzimática (quase nula a temperaturas inferiores a 30ºC) previne a destruição do colagénio na cartilagem e reduz de forma notória a reatividade sinovial. (1) Note-se que na patologia articular traumática, particularmente macrotraumática, com aumento da laxidez capsular e ligamentar e redução do sentido cinestésico (perda de atividade mecanorecetiva), a crioterapia pode aumentar o risco no desempenho cinesiológico suscetibilizando a instabilidade articular e desta forma o risco de recidiva lesional. (5)

A adequação temporal da aplicação deve ser sempre dependente da evolução do processo inflamatório e respetivas manifestações. As modalidades de tratamento dependem da dimensão da área a ser tratada e da acessibilidade dessa zona para aplicação do frio. Por exemplo, nos primeiros dias após entorse lateral da articulação tibiotársica, está indicada a crioterapia estática, durante 15 minutos, 4 a 6 vezes ao dia, com intervalo mínimo de 1 hora entre aplicações.

 

* Fase de estado do processo inflamatório - Na fase de estado (patologia inflamatória crónica e sequelas tissulares), particularmente no âmbito das alterações degenerativas associadas ao processo inflamatório crónico (deterioração do colagénio, da celularidade, da microcirculação), onde as alterações estruturais comprometem a retoma funcional, a crioterapia pode ser utilizada, em massagem direta sobre a superfície cutânea, ao longo de vários minutos, para estimular a atividade metabólica, a atividade celular e a microcirculação local. O frio dinâmico é particularmente útil nas tendinopatias e nas múltiplas sequelas fibróticas das estruturas conjuntivas, particularmente cicatriciais do músculo e outros tecidos. Por exemplo, na epicondilite lateral do cotovelo, por tendinose do extensor comum, a crioterapia dinâmica, com massagem de 8 minutos, 2 vezes ao dia, durante 2 semanas é uma prática razoável, particularmente associada a outros procedimentos, tais como o alongamento estático e a massagem transversal profunda (todos entendidos como procedimentos regenerativos das estruturas conjuntivas).

 

* Condução nervosa e excitomotricidade - A crioterapia fugaz (massagem fugaz) pode ser aplicada diretamente sobre pontos motores de determinados músculos, particularmente na patologia de nervo periférico, estimulando a excitomotricidade local e reduzindo as consequências da lesão neurogénica (perda de força e a atrofia). Além disso, altera também a condução do tecido nervoso e a perceção de dor. (1,2,6)

Por exemplo, na parésia facial periférica, a massagem fugaz com cubo de gelo, particularmente no ponto motor de um músculo parético, aumenta a atividade local, podendo associar-se a outros procedimentos cinesiológicos.

Na espasticidade decorrente da lesão de primeiro neurónio, a aplicação do frio em pode também reduzir de forma temporária a atividade neuromotora gama agonista e desta forma facilitar o desenvolvimento de outras técnicas cinesiológicas e de trabalho em atividades funcionais. Por exemplo, na hemiparésia espástica por acidente vascular cerebral, esta técnica facilita a realização do restante programa de estimulação de atividades fásicas e tónicas.

O arrefecimento generalizado em doentes com patologia desmielinizante mostrou poder diminuir a fadiga, melhorar a força muscular e aumentar a coordenação e estabilidade postural, embora existam neste âmbito enormes variações individuais. (1)

A crioterapia química, utilizando o frio vaporizado, pode ser utilizada nos síndromes de dor miofascial ou mesmo de dor muscular generalizada, promovendo a analgesia local, de pontos gatilho, e facilitando diferentes técnicas cinesiológicas de alongamento estático e de relaxamento. (4,7)

 

Nota: o banho de contraste, apresentado como a imersão alternada em água quente (38 a 44ºC) e água fria (10 a 18ºC), em 7 a 10 repetições, promove uma alternância de vasodilatação e de vasoconstrição, estando genericamente indicado em distúrbios neuroalgodistróficos das extremidades (síndrome doloroso regional complexo tipo I ou tipo II) ou em sequelas de fraturas dos membros (por exemplo fraturas da epífise distal dos ossos do antebraço, fraturas do calcâneo, fraturas dos dedos, entre outras). Este procedimento estabiliza a atividade do esfíncter pré-capilar e desta forma reduz a atividade nociceptiva e o contexto sintomático. (1,4) A sua aplicação no domicílio deve prescrita de forma assertiva e ensinada ao doente.

 

3.4 – Contraindicações e precauções gerais - A crioterapia está contraindicada em doentes com intolerância ou hipersensibilidade ao frio, crioglobulinémia, hemoglobinúria paroxística ao frio, doença/fenómeno de Raynaud, em áreas de compromisso circulatório ou doença vascular periférica, sobre um nervo periférico em regeneração e quando há alterações da sensibilidade (neuropatias sensitivas, hipostesia pericicatricial, iatrogenia medicamentosa), alterações cognitivas, alterações do estado de consciência ou défices de comunicação que impeçam o doente de manifestar dor durante o tratamento. Deve ser aplicada com precaução sobre uma ferida aberta com mais de 48 horas e sobre um nervo periférico superficial. (1,3)

Como o frio causa um aumento transitório da pressão arterial sistólica e diastólica, em casos de hipertensão grave o doente deve ser monitorizado, embora se trate de uma situação excecional. (1)

Os efeitos adversos da crioterapia incluem queimaduras pelo frio, lesão nervosa, isquémia e destruição tecidular e vasodilatação indesejada. (1,6)

A fim de limitar a probabilidade de diminuir excessivamente a temperatura e evitar os efeitos indesejados do frio, as aplicações de frio devem ter um intervalo mínimo de 1 hora entre elas para que a temperatura retome ao normal entre tratamentos. (1)

 

4 – Termoterapia quente - A aplicação de calor com objetivos terapêuticos pode ser classificada de acordo com a profundidade atingida (superficial ou profunda) ou de acordo com o processo físico de transmissão de energia (condução, convecção, conversão). No aquecimento profundo a transferência de calor é sempre feita por conversão.

 

Processo de transferência de energia

Calor Superficial

Calor Profundo (Diatermia)

Condução

Calor húmido

Parafina
Parafango

X

Convecção

Hidroterapia quente

X

Conversão

Infravermelhos

Ondas curtas

Micro-ondas

Ultrassons

Tabela 1. Modalidades de calor terapêutico classificadas de acordo com a profundidade e com o processo de transferência de energia.

 

* Condução - A transferência de calor é feita por contacto direto do agente térmico com a pele, devido à diferença de temperaturas entre as duas superfícies. Traduz-se sempre em termoterapia superficial. Os tecidos mais próximos da fonte são os que registam maior elevação térmica. (1,2,4) A taxa de condução do calor entre as duas superfícies vai depender da diferença de temperatura entre elas (T), da sua condutividade térmica (C), da área de contacto (A) e da espessura dos tecidos (E). (1)

 

Taxa de transmissão de calor = (A x C x T) / E

 

A maioria dos agentes térmicos tem temperatura e condutividade térmica moderadas para que a transmissão de calor seja eficaz e segura. A pele e o tecido subcutâneo são obstáculos à transmissão do calor devido à sua baixa condutividade térmica. (1) Os metais, pelo contrário, têm elevada condutividade térmica e aquecem muito rapidamente constituindo risco de queimadura, motivo pelo qual o doente deve remover todo o tipo de joalharia antes de iniciar o contacto com o agente térmico.

 

* Convecção - A transferência de energia é feita através de um intermediário em movimento, como o ar ou a água, que acresce o efeito de massagem. Quanto maior a velocidade de circulação do agente térmico, maior a taxa de transferência de calor. (4)

 

* Conversão - Envolve a transformação de um tipo de energia noutro e não requer contacto direto entre o agente térmico e a superfície corporal. Ao contrário da condução e da convecção, a taxa de aquecimento não é afetada pela temperatura do agente térmico. (1) O calor é produzido no interior dos tecidos em função da sua composição (particularmente a hídrica), da fonte de energia utilizada e da eficácia do aplicador em transmitir a energia.

 

4.1 – Técnicas de aplicação do calor - A aplicação de calor superficial e/ou profundo envolve diferentes procedimentos e materiais e deve ser adequada à fisiopatologia do processo e ao doente em particular.

 

4.1.1 – Calor superficial - O aquecimento é de distribuição superficial e preferencial nos tecidos próximos da fonte produtora de calor, por condução ou convecção. A elevação térmica é lenta e progressiva, sendo assim geralmente bem tolerada. Quando comparado com o aquecimento profundo, apresenta maior simplicidade técnica, fácil acesso, efeitos secundários limitados e custos reduzidos. O conceito de “calor agradável” é um elemento clínico relevante que valoriza a eficácia terapêutica; no entanto a subjetividade do conceito deve ser sempre interpretada caso a caso, segundo as características do doente (idade, discriminação termo-álgica, comorbilidades, entre outras). Em áreas de circulação normal, a elevação máxima da temperatura ocorre na pele e tecido subcutâneo, a 0,5 cm de profundidade, após 6 a 8 minutos de exposição. A temperatura no músculo (profundidade de 1 a 2 cm) aumenta em menor grau e requer uma exposição ao calor mais prolongada para atingir valores máximos (cerca de 15 a 30 minutos). (4)

Como tipos de termoterapia superficial, podemos considerar:

 

* Calor húmido - Sacos de tecido segmentado, armazenados em água a 70-75ºC e colocados na superfície corporal sobre várias camadas de toalhas ou outro material insulador durante 15 a 30 minutos. A elevação térmica é progressiva e o risco de lesão tissular é reduzido já que o arrefecimento começa assim que o material é retirado da água. (1,2) É geralmente bem tolerado e de fácil aplicação em superfícies corporais extensas (como o ráquis e segmentos dos membros). Pode ser utilizado no domicílio e em autotratamento. Apresenta algumas desvantagens como o facto de não permitir a mobilização ativa durante o tratamento e o contacto com superfícies corporais pequenas e irregulares ser reduzido e ineficaz.

 

* Parafina - Substância isolante, de baixa condutividade térmica e baixo calor específico, cuja fusão ocorre a 54,5ºC. Utiliza-se uma mistura de óleo mineral e parafina (1:7), aquecida a 48-52ºC, aplicada “em luva” ou em imersão contínua durante 15 a 20 minutos. A elevação térmica e o arrefecimento são progressivos e bem tolerados e promove a hidratação local da pele. Trata-se de uma técnica simples, económica e que permite a aplicação de calor em zonas corporais pequenas e irregulares (como as mãos e os pés). (1,4,6)

Está contraindicada no caso de alergia à parafina (raro) ou sobre feridas. (1)

 

* Parafango - Consiste numa mistura de parafina, fango vulcânico e sais minerais, de fácil adaptabilidade a superfícies corporais extensas e irregulares, aplicada durante 15 a 30 minutos sobre a zona a tratar. Promove uma elevação térmica mais rápida, intensa e duradoura. (6)

 

* Hidroterapia quente - Baseia-se no uso terapêutico externo da água, associando os efeitos biológicos do calor superficial, as propriedades biofísicas da água (densidade, pressão hidrostática, resistência hidrodinâmica) e as disponibilidades cinesiológicas da imersão em meio líquido (impulsão, resistência, estimulação propriocetiva). (8)

O banho de turbilhão com água aquecida, para imersão de extremidades ou de todo o corpo (tanque de Hubbard), geralmente durante 20 a 30 minutos, aumenta a temperatura superficial da pele e promove a massagem, com pressão variável sobre a área a tratar. (1,2) A temperatura (36 a 40ºC) mantém-se constante ao longo do tratamento e pode ser regulada, tal como a agitação da água. A turbina pode mover-se ou manter um fluxo direto num ângulo de direção específico que deverá distar pelo menos 15 a 20 cm da superfície corporal. (4)

A cinebalneoterapia realiza-se em piscina terapêutica com água quente (34 a 36ºC) ou tépida (26 a 31ºC), estando a temperatura da água estreitamente relacionada com os efeitos terapêuticos. (1,8) A carga exercida sobre os membros inferiores pode ser controlada pelo nível de imersão: com nível de imersão trocantérico, o peso corporal é 66% do real, enquanto com imersão corporal ao nível axilar, o peso corporal corresponde a 20% do peso real. (8)

 

* Radiação infravermelha - A radiação infravermelha (energia não-térmica) produz aquecimento através da indução da vibração molecular, dos tecidos superficiais (entre 5 e 15 mm de profundidade). (6) Estimula a libertação de histamina, bradiquinina e outras aminas, libertadas por histiócitos e outras células de revestimento, verificando-se assim o surgimento de vasodilatação local. Esta atividade hiperemiante pode também ser considerada trófica para os tecidos de superfície. A lâmpada geralmente é colocada a 45 a 60 cm da superfície da pele, durante 20 a 30 minutos. (1,3) A intensidade do calor é determinada pela quantidade de radiação, distância da fonte, ângulo de incidência da radiação e coeficiente de absorção infravermelha do tecido. Não exige contacto direto com o doente, permitindo observar o local de aplicação durante o tratamento. A dificuldade em definir uma localização específica e assegurar calor consistente em todas as áreas de tratamento e entre sessões (diferentes distâncias e ângulo da fonte), associada à potencial agressividade térmica e à superficialidade dos efeitos biológicos têm reduzido recentemente a prescrição deste agente térmico.

 

4.1.2 – Calor Profundo (diatermia) - A elevação térmica pode ocorrer mais profundamente, sem que haja o sobreaquecimento dos tecidos superficiais como a pele e o tecido celular subcutâneo. Esta seletividade térmica das técnicas de calor profundo deve-se às características dos próprios tecidos, particularmente a sua composição hídrica, e não à profundidade relativa das estruturas. (1,3) A diatermia usa correntes alternas de propagação ondulatória, não ionizantes, de alta frequência, que produzem um campo eletromagnético ou eletrostático consoante a especificidade técnica. De acordo com o comprimento de onda podem classificar-se em em ondas curtas, ondas longas ou micro-ondas e o efeito térmico é obtido por conversão de energia. Os efeitos biológicos do calor são mais profundos mas os riscos de lesão térmica (e de agravamento do processo inflamatório) são também mais prováveis.

 

* Onda curta - Promove uma elevação térmica desigual, que depende do tecido a tratar (gordura subcutânea 12 a 15ºC, tecido muscular 4 a 5ºC), frequência (entre 10 e 50 MHz) e modalidade de aplicação (indutiva ou capacitativa, com cabo selenoide ou elétrodos condensadores de ar reguláveis). (1,3,6) O modo indutivo produz um aumento de temperatura nos tecidos de alto teor hídrico (estando particularmente indicado no tecido muscular) e o modo capacitativo produz aquecimento dos tecidos com baixo teor hídrico (como a gordura ou o osso), ambos com ação analgésica e anti-inflamatória. (3,6) Podemos ainda considerar, como formas de aplicação, a onda curta contínua (formação de um circuito elétrico) e a onda curta pulsátil (salvas de ondas, geralmente de 27,12 MHz de frequência e 1 a 700 pulsos por segundo, em que a produção de calor depende da energia máxima, frequência e duração do pulso). Aplica-se, geralmente, de 15 a 30 minutos, revelando-se eficaz na absorção de hematomas, redução de edema e estimulação da formação de colagénio em condições inflamatórias subagudas. (4) Neste caso a pele e os tecidos superficiais não são uma barreira.

 

* Micro-onda - É uma radiação eletromagnética de frequência ultraelevada (915 e 2456 MHz), habitualmente aplicada em áreas pouco extensas, diretamente sobre a superfície corporal, durante 15 a 25 minutos. As micro-ondas não atingem os tecidos tão profundamente como as ondas curtas ou os ultrassons. Os efeitos biológicos ocorrem entre 3 e 5 cm de profundidade. (1,3) As micro-ondas pulsáteis atingem maior profundidade que as contínuas. São seletivamente absorvidas por tecidos com alto teor em água, permitindo assim um aquecimento seletivo. Quanto maior a frequência utilizada, maior a quantidade de radiação refletida pela superfície do corpo com consequente aumento da temperatura nos tecidos superficiais e menor profundidade de penetração, pelo que radiações na ordem dos 2450 MHz apenas devem ser utilizadas em regiões de pele e tecido celular subcutâneo pouco espesso. (1) Pensa-se que os efeitos terapêuticos desta radiação se devam apenas a efeitos térmicos mas existem potenciais efeitos não-térmicos. Existem aplicadores de contacto direto (menor perda de radiação) e de contacto indireto (a 2,5 a 5 cm da pele durante o tratamento; aplicadores curvos, longitudinais e circulares). Obriga a uso de proteção ocular durante o tratamento por risco de catarata. (3) Atualmente é uma terapêutica pouco utilizada.

 

* Ultrassom - Ondas acústicas de alta frequência com efeitos térmicos e não-térmicos em profundidade. Este tema é abordado em pormenor no capítulo 3. Poderemos no entanto acrescentar que não se prescreve o ultrassom como um agente de termoterapia. A elevação térmica que ocorre com a aplicação do ultrassom deve ser considerada como um efeito indesejável, pelo que a aplicação pulsátil ou de emissão intermitente pode facilmente dissipar o calor local (evitando o exacerbar do processo inflamatório local, nas fases aguda ou subaguda).

 

4.2 – Efeitos biológicos - Vários fatores determinam os efeitos biológicos do calor, nomeadamente as características da fonte produtora de calor (forma de transferência de energia, calor específico*, velocidade e duração da elevação térmica), a área corporal a tratar (profundidade, área, temperatura tecidular, composição dos tecidos), a entidade clínica e sua forma de apresentação e a sensibilidade individual do doente.

A elevação da temperatura nos tecidos possui um intervalo terapêutico estreito (entre 40 e 45,5ºC). (6) Valores inferiores têm efeitos reduzidos; com temperaturas superiores pode ocorrer lesão tecidual (destruição proteica, inativação enzimática e aumento do processo inflamatório, entre outros), vulgarmente designada queimadura.

 

4.2.1 - Efeitos hemodinâmicos - O calor promove vasodilatação superficial loco-regional por mecanismos diretos (ação da musculatura lisa dos vasos, estimulação da produção endotelial de óxido nítrico, libertação de histamina e prostaglandinas) e indiretos (estimulação dos termorrecetores e condução antidrómica dos impulsos nervosos com bloqueio da atividade adrenérgica pós-ganglionar no músculo liso). Ocorre também vasodilatação reflexa, uma reação consensual de menor intensidade em áreas distantes da aplicação do calor. O aumento do fluxo sanguíneo proporciona melhoria da nutrição e oxigenação dos tecidos e aumenta a velocidade de filtração e difusão nas membranas biológicas com consequente absorção de produtos patogénicos e fluidos (diminuição do exsudato, edema e infiltrado) e efeito trófico. O calor aumenta ainda a viscosidade sanguínea. (1-4)

 

4.2.2 - Efeitos metabólicos - Há aumento da atividade metabólica e enzimática e aumento da permeabilidade de membrana, aumentando a atividade transportadora. (1) Estima-se que, por cada 10ºC de elevação térmica da pele haja um aumento de 100% da demanda metabólica local. (4)

 

4.2.3 - Efeitos viscoelásticos - O calor aumenta a distensibilidade dos tecidos ricos em colagénio e diminui a rigidez articular. Na ausência de estiramento, o calor profundo aumenta mais a flexibilidade do tecido conjuntivo do que o calor superficial. (1)

 

4.2.4 - Efeitos neuromusculares - Há redução da atividade do fuso neuromuscular, com relaxamento músculotendinoso. No músculo estriado, o calor diminui a capacidade de recrutar unidades motoras, interferindo com a atividade muscular em termos de força, volume, atividade tónica e resistência ao esforço. O calor é analgésico pois reduz a percepção da informação nociceptiva (estabilizando as terminações livres) e aumenta o limiar de percepção dolorosa através da ativação da atividade descendente (via opióide endógena). O calor aumenta a velocidade de condução nervosa do nervo periférico. (1)

 

4.3 – As indicações clínicas – A termoterapia quente está indicada nas “fases de estado”, em fases subagudas ou crónicas do processo patológico. (3-5) Limita a vertente sintomática, particularmente no âmbito da dor e da contractura muscular. O efeito miorrelaxante justifica a sua prescrição no âmbito do aumento do tónus, mais frequentemente na contractura muscular. A sua utilização no aumento do tónus de etiologia central (1º neurónio) é também frequente, tanto na espasticidade como na rigidez.

O calor permite uma maior qualidade no trabalho cinesiológico, particularmente na massagem manual, na mobilização articular para aumento de amplitudes, no trabalho de fortalecimento muscular e na estimulação cinestésica. (5) Pode ainda facilitar a reabsorção de exsudatos em fase de organização e promover a regeneração tissular após estabilização da atividade inflamatória inicial. (1)

4.4 - Contraindicações e precauções gerais - A aplicação de calor está contraindicada na inflamação aguda, hemorragia, alterações da coagulação, insuficiência venosa dos membros inferiores, patologia infeciosa, neoplasias, feridas, derrame articular, gravidez (aplicação abdominal e pélvica), região ocular, genitais masculinos, epífises e na presença de implantes ou dispositivos metálicos na região a tratar. (1-6) O edema (venoso e linfático) é considerado uma contraindicação relativa, devendo os benefícios do tratamento e as potenciais desvantagens ser ponderados individualmente. (7)

Ultrapassados os limites razoáveis de elevação térmica, ficam também acrescidos os riscos de agressão tissular (queimadura, exacerbação do processo inflamatório e hemorrágico), especialmente quando há alterações da sensibilidade ou da discriminação térmica ou inaptidão para comunicar ou responder à dor. Muitas destas alterações da sensibilidade podem decorrer da toma de psicofármacos ou de patologias que deterioram a mensagem aferente, tais como as neuropatias sensitivas.

Deve ainda ser considerado o risco de desidratação nos métodos de imersão, quando esta é superior a 30 minutos, e o risco potencial de contaminação cruzada. (1,2)

Os infravermelhos têm potenciais efeitos adversos específicos como a lesão ocular permanente (por queimadura da córnea, lesão da retina ou lente) e a hiperplasia epidérmica ou alterações pigmentares cutâneas permanentes. (3)

 

5 – Elementos de evidência – No âmbito da aplicação do frio enquanto agente terapêutico, os principais “outcomes” de investigação no âmbito dos tecidos moles são o controlo da dor, a inflamação e a mobilidade. Um estudo clínico sustentado na evidência (9) refere que a crioterapia (em diferentes processos de aplicação) é efetiva na redução da dor da lesão muscular, ainda que o mecanismo não esteja completamente esclarecido. Também no controlo da inibição muscular artrogénica, um problema valorizável da reabilitação médica, a utilização de crioterapia e de exercício físico, facilitam a atividade muscular do quadriceps femoral após reconstrução ligamentar do ligamento cruzado anterior do joelho (10). Está descrita uma evidência de moderada qualidade, comparativamente a outras modalidades terapêuticas onde a evidência é mais baixa.

Outras formas de crioterapia, tais como a imersão segmentar, o banho de contraste e a imersão total do corpo, demonstram diversa capacidade de controlar o tempo de recuperação muscular após a agressão do exercício físico (11). Parâmetros como a perceção de dor na escala visual analógica, os valores de creatinoquinase e a proteína C reativa, denotam os efeitos positivos das diferentes modalidades de crioterapia, particularmente a imersão corporal total. Um estudo experimental demonstra que a aplicação de coletes frios, em atletas de elite na modalidade de canoagem, permite uma recuperação mais rápida após exercício intenso (12). Uma revisão sistemática, relativa a aplicação de guidelines práticas, na abordagem da entorse tibiotársica, refere seis recomendações explícitas, incluindo a crioterapia (outras recomendações foram os critérios de Ottawa, a terapêutica manual, as ortóteses funcionais, a deambulação precoce, os anti-inflamatórios curtos períodos e a reabilitação (13).

Relativamente à aplicação de calor com efeitos terapêuticos diversos estudos de evidência têm sido apresentados particularmente na patologia do aparelho locomotor. Um estudo controlado demonstra a eficácia do calor no controlo, na redução da rigidez e aumento de amplitudes quando comparado com controlo, em doentes com artrose do joelho (14). Uma revisão sistemática e meta-análise, em patologias agudas e crónicas de natureza músculo-esqueléticas, demonstra também a eficácia da termoterapia, ainda que exista alguma heterogeneidade nos estudos incluídos (15). Relativamente à dor lombar crónica, um estudo randomizado e controlado demonstra que a a terapêutica com o calor resulta numa redução da dor e na melhoria da função física ainda que mais estudos sejam necessários para uma completa clarificação metodológica (16).

Dentro deste contexto terapêutico, existem relativamente ao frio e ao calor uma crescente evidência dos seus benefícios terapêuticos e a perceção que os seus efeitos secundários e contra-indicações são relativamente limitados.

 

6 - Conclusões - Embora ainda haja muito por esclarecer relativamente aos fundamentos e evidência dos agentes de termoterapia, os efeitos conhecidos do calor e do frio na rede vascular, na atividade metabólica e enzimática, no controlo da dor, na condução nervosa periférica, no músculo estriado e no tecido conjuntivo, tornam-nos importantes auxiliares do programa de reabilitação, quando prescritos na base do diagnóstico etiopatogénico, com razoabilidade e conhecimento, em associação com outras técnicas cinesiológicas, tratamento farmacológico, produtos de apoio e aconselhamento médico.

 

 

 

6 - Bibliografia

 

1. Cameron M et al. Physical Agents in Rehabilitation: From Research to Practice. 4th Ed. Saunders; 2012.

2. Cifu DX et al. Braddom’s Physical Medicine and Rehabilitation. 5th Ed. Elsevier; 2016.

3. Cuccurullo S et al. Physical Medicine and Rehabilitation Board Review 2nd Ed. Demos Medical; 2010.

4. Anderson M et al. Foundations of Athletic Training: Prevention, Assessment, and Management. 5th Ed. Lippincott Williams & Wilkins; 2013.

5. Pinheiro JP. Medicina de Reabilitação em Traumatologia do Desporto. Editora Caminho; 1998.

6. Branco PS et al. Temas de Reabilitação: Agentes físicos. Medesign, 2005.

7. Frontera WR et al. DeLisa’s Physical Medicine & Rehabilitation: Principles and Practice. 5th Ed. Lippincott Williams & Wilkins; 2010.

8. Branco PS et al. Temas de Reabilitação: Reabilitação Aquática. Medesign, 2006.

9. Hubbard TJ, Denegar CR. Does Cryotherapy Improve Outcomes With Soft Tissue Injury? J Athl Train. 2004 Sep;39(3):278-279.

10. Sonnery-Cottet B, Saithna A, Quelard B, Daggett M, Borade A, Ouanezar H, Thaunat M, Blakeney WG. Arthrogenic muscle inhibition after ACL reconstruction: a scoping review of the efficacy of interventions. Br J Sports Med. 2019 Mar;53(5):289-298.

11. Qu C, Wu Z, Xu M, Qin F, Dong Y, Wang Z, Zhao J. Cryotherapy Models and Timing-Sequence Recovery of Exercise-Induced Muscle Damage in Middle- and Long-Distance Runners. J Athl Train. 2020 Apr;55(4):329-335.

12. Francisca Laia, Manuel Gameiro Silva, Beatriz Gomes, Amândio Cupido Santos, Nuno Vieira da Silva, João Páscoa Pinheiro. The effectiveness of a cooling vest in post-exercise recovery in sprint kayaking elite male athletes. J. Mens. Health 2022; 18(8): 169.

13. Ruiz-Sánchez FJ, Ruiz-Muñoz M, Martín-Martín J, Coheña-Jimenez M, Perez-Belloso AJ, Pilar Romero-Galisteo R, Gónzalez-Sánchez M. Management and treatment of ankle sprain according to clinical practice guidelines: A PRISMA systematic review. Medicine (Baltimore). 2022 Oct 21;101(42):e31087.

 

14) Kim, S. H., Lee, J. H., Ahn, J., Park, J. H., Cho, Y. W., & Kim, S. G. (2020). Effects of Hot Pack Therapy on Pain, Stiffness, and Range of Motion in Patients With Knee Osteoarthritis: A Randomized Controlled Trial. Physical Therapy in Sport, 43, 46-51.

15) Clijsen R, Stoop R, Hohenauer E, Aerenhouts D, Clarys P, Deflorin C, Taeymans J. Local Heat Applications as a Treatment of Physical and Functional Parameters in Acute and Chronic Musculoskeletal Disorders or Pain. Arch Phys Med Rehabil. 2022 Mar;103 (3):505-522.

16) Smith, J., Johnson, A., & Anderson, B. 2021. The Use of Heat Therapy in the Treatment of Chronic Low Back Pain: A Systematic Review and Meta-analysis. Journal of Pain Management, 12(3), 123-145.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

" (2021) Autores: Yılmaz ÖT, Türk M, Aytekin E, et al.

Revista: Journal of Back and Musculoskeletal Rehabilitation

 

 

 

 

 



* Calor específico (J/g/ºC) é a energia necessária para elevar 1ºC de temperatura numa unidade de massa de um determinado material. Materiais de maior calor específico (como a água) requerem mais energia para atingir a mesma temperatura do que materiais de menor calor específico (como o ar) mas retêm mais energia que os materiais de baixo calor específico quando ambos estão à mesma temperatura. (1)

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