15 de out. de 2023

Capitulo 3 - Vibroterapia, fototerapia e ondas de choque radiais

 

Capítulo 3 – Pedro Aroso, João Páscoa Pinheiro

 

A vibroterapia, fototerapia e as ondas de choque

Os ultrassons, o laser e as ondas de choque radiais com objetivos terapêuticos

 

1 - Principais objetivos formativos:

 

·       Conhecer as caraterísticas físicas, os efeitos biológicos, as indicações e contraindicações, a disponibilidade e processo de aplicação e elementos de evidência em MFR dos ultrassons.

 

·       Conhecer as caraterísticas físicas, os efeitos biológicos, as indicações e contraindicações, a disponibilidade e processo de aplicação e elementos de evidência em MFR do laser.

 

·       Conhecer as caraterísticas físicas, os efeitos biológicos, as indicações e contraindicações, a disponibilidade e processo de aplicação e elementos de evidência em MFR das ondas de choque.

 

 

2 - A vibroterapia / os ultrassons (US)

 

2.1 - Introdução – Por definição os US são ondas longitudinais consecutivas à vibração mecânica da matéria, semelhantes ao som e que para aplicação clínica utilizam uma frequência superior a 20.000 Hz. Uma corrente elétrica de alta frequência estimula um cristal de quartzo, promovendo o efeito piezoelétrico, determinando assim um efeito mecânico (1,2).

Os US propagam-se por fenómenos de dilatação e compressão da matéria, transmitindo energia mecânica, através de vibração molecular, podendo refratar-se e refletir-se. A reflexão ocorre quando um feixe de US transita de um meio para outro com impedância acústica diferente, fato clinicamente considerável, na transição entre diferentes tecidos, nomeadamente entre o osso e os tecidos moles. No feixe ultrassónico podemos identificar duas zonas (3):

-Uma zona proximal, que se caracteriza por fenómenos interferenciais que originam picos de intensidade superior à calibrada no aparelho. Os efeitos terapêuticos dos US ocorrem sobretudo nesta zona.

-Outra distal, com feixe divergente, de área progressivamente maior e intensidade menor, com o aumento da distância à cabeça emissora.

Os US podem propagar-se por meio sólido ou líquido. O ar não é utilizado como meio de propagação, porque a transição ar/superfície cutânea reflete grande parte do feixe. Na propagação, as vibrações podem ser difratadas, refletidas, refratadas e absorvidas. A velocidade de propagação é diretamente proporcional ao aumento da densidade dos tecidos.

O comprimento de onda representa a distância entre dois extremos de uma onda e a frequência, em Hz, indica o número de oscilações que uma molécula realiza durante um segundo.

A resistência à propagação dos US num determinado meio, de acordo com a maior ou menor capacidade de deformação deste, corresponde à impedância acústica.

Quanto à absorção, esta equivale à transferência de energia do feixe de US para os tecidos. A absorção aumenta à medida que a frequência aumenta, por causa da fricção interna entre as moléculas, permitindo a passagem do som. Devido à absorção, a intensidade do feixe vai diminuindo progressivamente, sendo limitada a sua capacidade de penetração nos tecidos.

O feixe de US transporta uma certa quantidade de energia. A quantidade de energia por unidade de tempo equivale à potência, medida em Watts. Sendo assim, a intensidade corresponde à quantidade de energia por unidade de tempo, dividida pela superfície do feixe e exprime-se em W/cm2. Clinicamente, utilizam-se intensidades entre os 0,5 e os 3,0 W/cm2 (1, 2, 3).

 

2.2 - Efeitos dos ultrassons sobre os tecidos- Com a utilização dos US, podem obter-se os efeitos biológicos do calor (a temperatura tecidular aumenta até profundidades de cerca de 5 cm).

Contudo, a termogénese não explica alguns dos efeitos dos US, tais como a cavitação, entre outros fenómenos mecânicos e químicos.

Os efeitos termogénicos e não termogénicos condicionam as seguintes alterações nos tecidos biológicos:

-Atividade no metabolismo regional, com estimulação da regeneração celular e reabsorção de edemas, aumento da permeabilidade celular e neutralização do pH tecidular (4).

-Plasticidade do tecido rico em colagénio, com melhoria das propriedades viscoelásticas do colagénio (5).

- Atividade circulatória, com vasodilatação decorrente da libertação de mediadores vasoativos e de reflexos espinais, inibindo a atividade adrenérgica pós-ganglionar (6).

-analgesia-elevação do limiar doloroso das terminações livres cutâneas e estimulação preferencial das fibras nervosas rápidas mielinizadas (mecanismo de “gate-controlo”) a nível medular e inibindo as fibras lentas, desmielinizadas (7).

-Atividade na contração do tecido muscular esquelético-redução da atividade do fuso neuromuscular (efeito espasmolítico) (8).

-Ação coloidoquímica- transformação de coloides de fase gel em sol (resolução de hematomas organizados) (1).

2.3 - Formas de aplicação - Quando se aplica por contacto direto, utilizando um meio de interposição apropriado, por exemplo um gel, a superfície da cabeça emissora deve manter contacto permanente com a superfície a tratar exercer pressão (suave)evitando a interposição de ar.

Quando a região a tratar é irregular, utiliza-se a aplicação subaquática, para uma melhor coaptação entre a cabeça emissora e a superfície cutânea. Para evitar o aparecimento de pequenas bolhas na superfície da cabeça emissora e da pele, deve-se manter uma distância entre um a três centímetros.

Considerando os movimentos da cabeça emissora, consideram-se 2 métodos de aplicação:

-Estacionário, onde não há movimento da cabeça emissora. Raramente é utilizado, porque o amento de temperatura na área tratada está associado a risco de queimadura;

-Dinâmico, o mais utilizado, movendo-se lentamente o emissor em movimentos ritmados de rotação (2, 3).

 

2.4 - Modo de emissão - O modo de emissão pode ser contínuo ou pulsátil. Apresentam diferentes particularidades (1, 3):

- Modo contínuo, com produção constante de US pelo transdutor, que deve ser movimentado sobre a pele, em diferentes direções, de forma a que a energia se distribua de forma homogénea pelo local a tratar

- Modo pulsátil, sendo os US são emitidos sob a forma de impulsos, com uma pausa entre cada impulso que permite o arrefecimento dos tecidos. É minimizado o efeito termogénico, pelo que os US podem ser aplicados em processos inflamatórios, sob determinadas premissas (evitando a fase aguda do processo)

 

A fonoferese é um sistema de transporte transdérmico que utiliza os efeitos mecânicos dos US para auxiliar a penetração de princípios ativos aplicados sobre a forma de tópicos. Os anestésicos, os anti-inflamatórios não esteroides e os corticosteroides são os fármacos mais usados (8).

 

2.5 – Parâmetros técnicos de utilização - A escolha da intensidade de utilização dos US depende de vários fatores, nomeadamente do diagnóstico etiopatogénico, da anatomia regional e profundidade da região e da modalidade de US escolhida.

O modo contínuo, pode elevar a temperatura tissular numa determinada localização anatómica, fato a considerar no momento de prescrição. O modo pulsátil permite evitar um aumento significativo da temperatura tissular.

As altas frequências (3 MHz) são mais absorvidas que as frequências baixas(1 MHz), pelo que a atenuação do feixe é superior.

O efeito das altas frequências ocorre sobre as estruturas mais superficiais, enquanto as baixas frequências podem produzir efeitos até cinco cm em profundidade.

Quando o objetivo, é o aquecimento de tecidos profundos, devem ser utilizadas frequências baixas, em modo contínuo, com intensidades entre 1 e 2,0 W/cm2. Na presença de estruturas ósseas superficiais, devem escolher-se frequências mais altas, com intensidades entre 0,5 e 1 W/cm2.

A duração de cada sessão depende da área a tratar e do efeito pretendido. Relativamente ao número e à frequência das sessões, dependem da patologia. Nas situações agudas, recomenda-se o modo pulsátil, durante aproximadamente oito sessões diárias, enquanto nas situações crónicas, aconselham-se aproximadamente 12 sessões, eventualmente em dias alternados (2, 3).

 

2.6 - Indicações terapêuticas - As diferentes impedâncias acústicas dos meios fazem com que exista uma significativa reflexão dos US na junção entre o osso e os tecidos adjacentes, levando a um aumento preferencial da intensidade nestas regiões de transição, com elevação da temperatura local e consequente efeito terapêutico.

As indicações terapêuticas são diversas, distribuídas entre as fases agudas e de estado. Na fase aguda, as indicações são reduzidas, pois existe o risco de lesão tecidular, numa fase precoce. Porém, como a ação mecânica aumenta a estabilidade da membrana e desencadeia a reparação tecidular, pode considerar-se a sua utilização em modo pulsátil.

Nas fases subaguda e/ou crónicas, são vantajosos os efeitos térmicos, mecânicos e coloidoquímicos.

A contractura muscular melhora com a ultrassonoterapia, pois esta diminui atividade do fuso neuromuscular e reduz a dor e a inflamação (7).

Na tendinopatia crónica / tendinose, com dano estrutural, verifica-se não só um aumento da plasticidade do colagénio, mas também um maior aporte sanguíneo local, com superior disponibilidade celular e humoral (1).

Nas sequela de lesão capsuloligamentares / entorse, os efeitos anti-inflamatório e fibrinolítico, são potencialmente relevantes, sobretudo quando articulados com outras modalidades de eletroterapia. A remodelação cicatricial é estimulada e a extensão do processo fibrótico é limitado, o que potencia uma melhor retoma funcional (9).

Também na patologia osteoarticular degenerativa, investigações recentes demonstram o benefício da ultrassonoterapia, na remodelação óssea e no controlo álgico, sobretudo quando aplicada em modo pulsátil (10).

Na última década, alguns autores evidenciam a possibilidade dos US no modo pulsátil, estimularem a consolidação óssea (2,3).

Algumas investigações sugerem também o benefício na cicatrização de úlceras crónicas, quando aplicados nas suas margens e com baixas intensidades (11).

 

2.7 - Contraindicações absolutas e relativas - As contraindicações absolutas de aplicação nos seguintes locais anatómicos são consensuais. Na região ocular, na precordial, nos grandes vasos (particularmente do pescoço), nos gânglios simpáticos, na região do ouvido, nas gónadas e em áreas com insuficiência vascular, pelo risco de necrose. São também contraindicações absolutas as neoplasias, as infeções, as tromboflebites, as coagulopatias, e locais anatómicos com implantação de dispositivos mecânicos (“pacemaker” entre outros).

As contraindicações relativas, particularmente quando a aplicação deve ter um especial cuidado são as zonas de hipostesia ou anestesia, a existência de material de osteossíntese e/ou próteses, os pratos epifisários pelo risco de alteração trófica da fise.

Existem riscos potenciais pouco frequentes, mas a considerar nomeadamente as lesões por aumento de temperatura local e a embolização associada à aplicação sobre os grandes vasos e a região precordial (2,3).

 

2.8 – O ultrassom e a evidência – Os estudos neste contexto, particularmente desenhados para aplicação na patologia músculo-esquelética, denotam alguma heterogeneidade, variando conforme as caraterísticas da patologia e das especificidades do doente. Uma revisão sistemática e meta-análise procura identificar a eficácia deste agente na patologia músculo-esquelética, refere que o ultrassom tem efeitos positivos na redução da dor e na melhoria da função (12). Outro estudo apresenta efeitos biológicos diversos, promovendo a regeneração tissular, nomeadamente do tecido ósseo e como inibidor da atividade inflamatória tissular. (13). Uma outra revisão sistemática em doentes com artrose do joelho (14) demonstra que o ultrassom tem um efeito positivo no controlo nocicetivo e aumento de função no curto prazo, mas não houve evidências suficientes para determinar sua eficácia no longo prazo.

 

2.9 – Bibliografia

1-Pinheiro JP: Medicina de Reabilitação em Traumatologia do desporto. Caminho 1998

2-Watson, T. and S. Young (2008). Therapeutic Ultrasound. Electrotherapy: Evidence Based Practice. T. Watson. Edinburgh, Churchill Livingstone - Elsevier.

3-Robertson, V. J. et al. (2006). Electrotherapy Explained: Principles and Practice. Oxford, Elsevier.

4-Watson, T. (2006). "Tissue repair: The current state of the art." Sportex-Medicine. 28: 8-12.

5-Tsai, W. C. et al. (2006). "Ultrasound stimulation of types I and III collagen expression of tendon cell and upregulation of transforming growth factor beta." J Orthop Res 24(6): 1310-6.

6-Leung, M. C. et al. (2004). "Effect of ultrasound on acute inflammation of transected medial collateral ligaments." Arch-Phys-Med-Rehabil. 85(6): 963-6.

7-Srbely, J. Z. and J. P. Dickey (2007). "Randomized controlled study of the antinociceptive effect of ultrasound on trigger point sensitivity: novel applications in myofascial therapy?" Clin Rehabil. 21(5): 411-7.

8-Sarrafzadeh, J. et al. (2012). "The effects of pressure release, phonophoresis of hydrocortisone, and ultrasound on upper trapezius latent myofascial trigger point." Arch Phys Med Rehabil. 93(1): 72-77.

9-Warden, S. J. et al. (2006). "Low-Intensity Pulsed Ultrasound Accelerates and a Nonsteroidal Anti-inflammatory Drug Delays Knee Ligament Healing." Am J Sports Med 34(7): 1094-102.

10-Zeng, C. et al. (2014). "Effectiveness of continuous and pulsed ultrasound for the management of knee osteoarthritis: a systematic review and network meta-analysis." Osteoarthritis Cartilage 22(8): 1090-1099.

11-Cullum N et al. (2010) Therapeutic ultrasound for venous leg ulcers. Cochrane Database of Systematic Reviews DOI: 10.1002/14651858.CD001180.pub3

12 - Zhang C, Xie Y, Luo X, et al. Effects of therapeutic ultrasound on pain, physical functions, and safety outcomes in patients with knee osteoarthritis: a systematic review and meta-analysis. Clinical Rehabilitation. 2016;30(10):960-971.

13 - Jiang X, Savchenko O, Li Y, Qi S, Yang T, Zhang W, Chen J. A Review of Low-Intensity Pulsed Ultrasound for Therapeutic Applications. IEEE Trans Biomed Eng. 2019 Oct;66(10):2704-2718.

14 - Rutjes AW, Nüesch E, Sterchi R, Jüni P. Therapeutic ultrasound for osteoarthritis of the knee or hip. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Jan 20;(1):CD003132.

 

 

3 - O laser (de baixa potência)

 

3.1 - Introdução- A expressão laser designa “light amplification by stimulated emission of radiation”, isto é, amplificação luminosa por emissão estimulada de radiação.

Para perceber as suas origens temos que recuar até 1913, quando Bohr criou o modelo atómico para a constituição da matéria, verificando a existência de estados energéticos estacionários quantificados. De acordo com este modelo, cada átomo é formado por um núcleo central de cargas elétricas positivas, cercado pelo mesmo número de cargas elétricas negativas, distribuídas em diversas camadas correspondentes a níveis energéticos superiores. É a absorção de energia por um átomo que leva à sua excitação, com passagem de um eletrão para uma camada de energia superior. A libertação da energia anteriormente absorvida conduz ao regresso ao estado fundamental, que é o de menor energia, de um átomo.

Mais tarde, em 1917, Einstein apresentou o conceito de emissão espontânea de luz: quando um átomo num estado excitado (E1) regressa ao estado fundamental (E0), liberta a energia previamente absorvida sob a forma de um fotão emitido de modo espontâneo e aleatório. Então, o efeito laser é isto: uma emissão induzida de luz na qual um átomo previamente excitado é atingido com um fotão de uma radiação incidente cuja energia é rigorosamente igual à que foi necessária para excitar o átomo anteriormente. Este mesmo átomo regressa ao estado fundamental restituindo um fotão com as mesmas características às do fotão incidente. Deste modo, obtém-se dois fotões: o incidente e o induzido. Seguidamente, estes estimulam mais dois átomos, e por aí adiante, criando uma reação em cadeia com grande amplificação da energia inicial. Porém, só em 1960 surge o primeiro aparelho de laser (1,2,3).

 

3.2 - Constituição do aparelho de laser - Um aparelho de laser apresenta três componentes básicos: material ativo, fonte de energia e oscilador ótico, particularizando:

 

- O material ativo- pode ser sólido, gasoso ou líquido e é constituído por moléculas e átomos suscetíveis de serem facilmente excitados, auxiliando os fenómenos de emissão estimulada com máximo rendimento;

-A fonte de energia exterior- provoca a emissão estimulada para fazer o “bombardeamento” que promove o aumento do número de átomos excitados, em relação ao estado fundamental

-O oscilador ótico- é a cavidade oscilatória que vai permitir a amplificação. Constituído por espelhos opacos e parcialmente transparentes

 

O funcionamento do aparelho é explicado pelos seguintes processos: a emissão estimulada origina uma radiação. Esta, por seu turno, vai estimular mais átomos e possibilitar um elevado número de transições, conduzindo à amplificação. O trajeto da radiação deve ser longo, para que a amplificação seja significativa. Para tal, utilizam-se os espelhos: a radiação é refletida a cada passagem, percorrendo uma grande distância e aumentando o número de transições, originando um ganho energético importante. Uma reduzida proporção de fotões sai para o exterior, produzindo um feixe com um comprimento de onda pré-determinado (1,3).

 

3.3 - Propriedades físicas do laser - O laser respeita os conceitos básicos da “luz”; tem o fotão no seu nível fundamental, mas distingue-se pelo agrupamento de um número considerável de fotões com o mesmo comprimento de onda.

O que permite a aplicação do laser como instrumento terapêutico é a grande quantidade de energia focalizada numa superfície reduzida (alta intensidade).

Todos os tipos de laser apresentam quatro características comuns, nomeadamente a coerência, a direção, monocromaticidade e a luminescência. Particularizando:

 

 -Coerência- todos os fotões estão na mesma fase, oscilando ao mesmo tempo e no mesmo plano

-Direção- o feixe é unidirecional, com a única direção perpendicular aos espelhos. Os fotões são paralelos (utiliza-se como ponteiro)

-Monocromaticidade- apenas um comprimento de onda pré-definido, é amplificado.

-Luminescência- concentração de radiações fotónicas por unidade de tempo e de superfície.

 

O laser classifica-se usualmente pelo seu comprimento de onda.

Quanto ao modo de emissão, este é determinado pelo tipo de substância ativa: nos sólidos, a emissão é pulsátil, pois o “bombardeamento” prolongado causaria uma elevação térmica e consequente destruição do material ativo; nos gases, a emissão é contínua. Em ambos os casos, é possível modelar a intensidade. Aliás, existem diversos termos utilizados para quantificar /dosear a radiação laser:

 

- Potência, como a energia libertada num segundo, exprime-se em watt (1 joule/seg).

- Energia total de tratamento, exprime-se em joules e depende do tempo e da potência de emissão.

- Energia total por ponto de aplicação, resulta da divisão da energia total de tratamento pelo número de pontos de aplicação.

- Densidade de energia ou Fluxo Energético, expressa-se em J/cm2 e representa a relação entre a energia emitida e a área de superfície de um ponto de aplicação.

- Densidade de potência, como a relação entre a potência e a área de superfície do local, exprime-se em W/cm2.

 

Os aparelhos de laser utilizados têm potências entre 1 e 100 mW, sendo considerados de baixa potência. São essencialmente de dois tipos:

- Arsénio / Gálio (As-Ga), que emitem, de forma pulsátil, radiação invisível na banda dos infravermelhos;

- Hélio / Néon (He-Ne), que emitem, de forma contínua, radiação vermelha. 

 

Quando incide sobre a superfície cutânea, a radiação laser está sujeita ao fenómeno de reflexão. Líquidos, sujidade ou gorduras nesta interface aumentam a reflexão. Ao atravessar os vários tipos de tecidos, a radiação sofre diversos efeitos, tais como: refração, transmissão e absorção. Os tecidos têm diferentes índices de refração, pelo que a trajetória do feixe varia, havendo várias reflexões internas até que cada fotão seja absorvido (efeito “scattering”). No intervalo no qual emitem os aparelhos de laser de baixa potência, radiação entre 600 e 1000 nm de comprimento de onda, obtém-se a maior penetração nos tecidos (1,2,3).

 

3.4 - Mecanismo de ação e principais efeitos biológicos- Os efeitos do laser sobre os tecidos variam com a densidade de energia, sendo os mais utilizados na prática clínica de 0,1 a 4 J/cm2. Neste intervalo prevalece o efeito atérmico, adequado para gerar efeitos analgésico/remodeladores. Aumentando as densidades de energia, poderá ocorrer disrupção tecidular. O mecanismo de ação sobre os tecidos deriva da existência de fotorreceptores, aptos a absorver a radiação e induzir alterações no metabolismo celular. Podemos distinguir os efeitos biológicos do laser em primários e secundários[1,3]:

 

* Efeitos primários

-Efeitos a nível celular-aumento da síntese de ATP mitocondrial

-Efeitos bioelétricos- regularização do potencial de membrana. (a inflamação acarreta um desequilíbrio iónico na membrana celular)

 

* Efeitos secundários

-Estimulação dos processos mitóticos

-Estimulação da microcirculação

-Estimulação da cicatrização

-Ativação dos processos de regeneração de tecido nervoso, vascular e ósseo

 

As alterações biológicas induzidas pelo laser no interior dos tecidos traduzem-se em diferentes aplicações clínicas (2,3):

-Efeito anti-inflamatório- deve-se à estimulação da microcirculação/ regeneração linfática, melhorando a drenagem da zona inflamada. Algumas investigações demonstram melhoria das defesas humorais, alterando as concentrações de citoquinas pró-inflamatórias.

-Efeito trófico- particularmente em zonas com depleção tecidular, como queimaduras úlceras, fraturas ou lesões nervosas.

-Efeito antiálgico- o aumento do limiar doloroso (“gate controlo”), aumento dos níveis de endorfinas 

 

3.5 -Normas de utilização - a utilização terapêutica de laser deve respeitar um conjunto de regras essenciais:

 

-Proteção ocular - durante o tratamento, doente e técnico devem utilizar óculos de proteção específicos de acordo com o comprimento de onda utilizado.

-Sala - a sala de tratamento não deve ter superfícies refletoras

-Superfície cutânea- a região a tratar deve estar limpa e a aplicação deve ser perpendicular, devendo os vários pontos de tratamento distar cerca de 1cm.

-Equipamento no final de cada tratamento importa verificar a integridade do laser.

 

Os efeitos clínicos pretendidos surgem habitualmente após 6 a 8 sessões de tratamento

Considerando o tipo de laser, deve-se referir que os aparelhos de As-Ga produzem efeitos biológicos mais profundos que os de He-Ne. Este último deve ser entendido como

um laser de superfície, indicado para patologias cutâneas ou outras superficiais. (1,3).

 

3.6 - Indicações clínicas e contraindicações - O laser tem numerosas indicações terapêuticas, diversas especialidades médicas. Nas entidades nosológicas músculo-esqueléticas está indicado na sequela de lesão ligamentar (4), na sequela dolorosa de fraturas (5), na contratura muscular (6), nas cicatrizes cutâneas, nas sequelas das queimaduras, na úlcera cutânea (7), na lesão de nervo periférico (8), no síndrome de dor regional complexa (9), na patologia tendinosa (10) e na patologia degenerativa osteoarticular (11).

A única contraindicação absoluta em Medicina de Reabilitação é a irradiação da retina. No entanto, as consequências mais severas da aplicação do laser devem-se especialmente a procedimentos incorretos na sua aplicação. De modo geral, o laser não é utilizado em processos neoplásicos, sobre a glândula tiroide ou testículo e em doentes medicados com fármacos fotossensíveis. A irradiação em material de osteossíntese, próteses metálicas ou em doentes portadores de “pace-makers” não exige medidas adicionais (1,2,3).

 

3.7 – A terapêutica com soft-laser e a evidencia – A utilização de laser como agente com potencial regenerativo está bem expressa na literatura, tanto em estudos clínicos como de experimentação animal (12). Verifica-se uma efetiva redução da atividade inflamatória muscular, reduz o número de células alteradas, normaliza a ultraestrutura proteica e potencia a resistência do tecido muscular (12) (13).

Também na lesão tendinosa a aplicação de laser promove a cicatrização tendinosa, alivia a dor e facilita a flexibilidade dos tecidos moles e articulações, facto que potencia a compliance do doente no processo de reabilitação (14).

 

3.8 - Bibliografia

 

1-Delisa J: Rehabilitation Medicine: Principles and Practice. Lippincott Williams & Wilkins,chapter 63(1707-1708)  2010.

2-Pinheiro JP:Medicina de Reabilitação em Traumatologia do desporto. Caminho 1998 

3-Baxter, D: Low Intensity Laser Therapy. Chapter 11 in : Electrotherapy : Evidence Based Practice. Editor: T Watson. Elsevier.2008

4-Yu H, Randhawa K, Côté P, Optima Collaboration: The Effectiveness of Physical Agents for Lower-Limb Soft Tissue Injuries: A Systematic Review. J Orthop Sports Phys Ther. 2016 Jul;46(7):523-54

5-Lirani AP, Lazaretti-Castro M: Evidences of physical agents action on bone metabolism and their potential clinical use.   Arq Bras Endocrinol Metabol. 2005 Dec;49(6):891-6

6-Koldaş Doğan Ş, Ay S, Evcik D: The effects of two different low level laser therapies in the treatment of patients with chronic low back pain: A double-blinded randomized clinical trial. J Back Musculoskelet Rehabil. 2016 Jul 21.

7-Avci P, Gupta A, Sadasivam M, Vecchio D, Pam Z, Pam N, Hamblin MR: Low-level laser (light) therapy (LLLT) in skin: stimulating, healing, restoring.  Semin Cutan Med Surg. 2013 Mar;32(1):41-52.

8-Fusakul Y, Aranyavalai T, Saensri P, Thiengwittayaporn S: Low-level laser therapy with a wrist splint to treat carpal tunnel syndrome: a double-blinded randomized controlled trial. Lasers Med Sci. 2014 May;29(3):1279-87. doi: 10.1007/s10103-014-1527-2. Epub 2014 Jan 30

9-Basford JR, Sandroni P, Low PA, Hines SM, Gehrking JA, Gehrking TL: Effects of linearly polarized 0.6-1.6 microM irradiation on stellate ganglion function in normal subjects and people with complex regional pain (CRPS I). Lasers Surg Med. 2003;32(5):417-23.

10-Stergioulas A, Stergioula M, Aarskog R, Lopes-Martins RA, Bjordal JM: Effects of low-level laser therapy and eccentric exercises in the treatment of recreational athletes with chronic achilles tendinopathy. Am J Sports Med. 2008 May;36(5):881-7

11-Brosseau L, Robinson V, Wells G, Debie R, Gam A, Harman K, Morin M, Shea B, Tugwell P: WITHDRAWN: Low level laser therapy (Classes III) for treating osteoarthritis.  Cochrane Database Syst Rev. 2007 Jul 18:CD002046.

12 - M Mantineo, Pinheiro J, Morgado A. Low-level laser therapy on skeletal muscle inflammation: evaluation of irradiation parameters. Journal of Biomedical Optics. 2014, 19 (9):098002-1/12.

13 - Chen Y, Li Q. Application of Low-Intensity Laser in the Treatment of Skeletal Muscle Injury in Runners. Emerg Med Int. 2022 Jun 17; 2022:1211602.

14 - Poorpezeshk N, Ghoreishi SK, Bayat M, Pouriran R, Yavari M. Early Low-Level Laser Therapy Improves the Passive Range of Motion and Decreases Pain in Patients with Flexor Tendon Injury. Photomed Laser Surg. 2018 Oct;36(10):530-535.

 

4 - As ondas de choque (radiais)

 

4.1 - Introdução - As ondas de choque extracorporais começaram a ser utilizadas para tratar cálculos renais, na década de 80. A utilização desta técnica, no tecido ósseo, muscular e tecidos moles associados iniciou-se nos anos 90 aproveitando os seus potenciais efeitos tróficos e anti-inflamatórios e analgésicos.

É importante considerar as ondas de choque extracorporais focais e as ondas de choque extracorporais radiais, considerando existir diferentes enquadramentos clínicos.

As ondas de choque focais são geradas por aparelhos electro-hidráulicos, eletromagnéticos ou piezoelétricos. As ondas produzidas, impulsos de pressão mecânica, dirigem-se para o corpo do doente através de um cilindro de ligação. Para otimizar o contacto entre o cilindro e a pele utiliza-se um gel ultrassónico. O ponto focal deve coincidir precisamente com o da área a tratar, de modo a evitar a disrupção tecidular das estruturas circundantes. Por esta razão, vulgarmente esta modalidade exige suporte imagiológico, como a fluoroscopia ou ecografia. Quanto à libertação de energia, esta é máxima na área focal.

As ondas de choque radiais são ondas balísticas, originadas pneumaticamente. Através de um impulso de ar comprimido, um projétil situado no cabo é submetido a uma rápida aceleração. Quando este projétil embate contra o aplicador instalado no cabo, a sua energia cinética converte-se em energia mecânica. Esta é transmitida ao longo da cabeça emissora, que se aplica sobre a superfície cutânea. A zona de ação tem a forma de cone, sendo que o vértice corresponde ao ponto de impacto (energia máxima). Pelo carácter dispersivo das ondas radiais, esta técnica prescinde de suporte imagiológico. Para aumentar a eficácia, a superfície de deslocação à volta da estrutura anatómica a tratar deve ser a menor possível. O tratamento deve ser efetuado com movimentos circulares e cabeça emissora deve ser colocada perpendicularmente à superfície cutânea. [1,3,4]

As propriedades físicas das ondas de choque focais e radiais estão, resumidamente expressas no quadro seguinte.

           

 

Ondas de choque focais       Ondas de choque radiais

Pressão           100 a 1000 bar           1 a 10 bar

Duração de pulso       0.2 ns  0.2 a 0.5 ms

Densidade energética0 a 2 mJ/mm2 0 a 0,3 mJ/mm2

Campo de ação           Focal   Divergente

Penetração      Profunda Superficial

Na prática clínica, habitualmente classificam-se as ondas de choque pela sua densidade energética (10). Considera-se baixa (até 0.08mJ/mm2), média (até 0.28mJ/mm2) e alta (acima de 0.6mJ/mm2) (1,2,3,4).

 

4.2 - Efeitos biológicos- O efeito direto das ondas de choque deve-se à pressão positiva da onda e ao seu curto tempo de instalação. Resulta da conversão da onda de choque em energia cinética. A onda de tensão, fase de pressão negativa, é responsável pelos efeitos indiretos, através do fenómeno de cavitação, (formação de cavidades ocas nos líquidos), à semelhança do que acontece na ultrassonoterapia.

Conjugando ambos os efeitos, as transmissões das ondas provocam movimentos oscilatórios das moléculas nos tecidos biológicos. Apresentamos diferentes formas de interação entre as ondas de choque, os tecidos e os efeitos biológicos decorrentes (2,4):

 

- O estímulo mecânico, as ondas de choque encontram tecidos biológicos com diferentes impedâncias acústicas, é libertada nesse local grande parte da energia. A súbita transição de pressões origina um “stress” significativo nestas interfaces, podendo criar microlesões e consequente desintegração tecidular, como a eliminação de depósitos cálcicos.

 

- A regeneração tecidular, as ondas de choque estimulam e/ou reativam o processo inflamatório, por melhorar o aporte sanguíneo de tecidos pouco vascularizados, levando à libertação local de fatores de crescimento relacionados com a angiogénese e diversas citoquinas. Deste modo, estimula-se a neovascularização, com proliferação celular e regeneração tecidular. De facto, este estímulo à reativação da inflamação é coerente com outras modalidades terapêuticas utilizadas em medicina de reabilitação, como os ultrassons ou determinadas técnicas cinesiológicas como a massagem transversal profunda e o fortalecimento muscular excêntrico.

 

- A analgesia, as ondas de choque estimulam aas fibras aferentes cutâneas dos nervos periféricos com ativação de mecanismos inibidores do estímulo nociceptivo a nível das raízes posteriores da medula (teoria gate controlo), indução da libertação de endorfinas e outras substâncias analgésicas.

 

4.3 - Indicações terapêuticas e parâmetros de aplicação- Os estudos efetuados apontam para o benefício na utilização desta terapêutica, com segurança, na epicondilite lateral (por tendinopatia de inserção), na fasciite plantar, em patologia óssea (pseudartrose, fraturas de stress e atrasos de consolidação), nas tendinopatias (calcificadas ou não) da coifa dos rotadores, na tendinopatia (tendinite e tendinose) do tendão patelar na tendinopatia (tendinite e tendinose nodular) do tendão de Aquiles. A literatura apresenta ainda aplicação com benefícios noutras entesopatias, na trocanterite (bursite trocantérica e tendinopatia do médio glúteo), na ossificação heterotópica, na sequela de lesão muscular, na osteonecrose e mesmo na dor raquídea, particularmente em zonas de contratura ou pontos “gatilho” de síndromes miofasciais. A aplicação na clínica da espasticidade deve também ser considerada como promissora (5,6,7,8,9,10).

 

De acordo com a especificidade de cada patologia, definem-se os parâmetros de cada sessão terapêutica, tais como a densidade energética, o número de impulsos (usualmente entre 1000 e 2000), o número de sessões de tratamento (habitualmente entre 3 e 5) e o intervalo entre sessões (uma semana).

O tratamento deve começar com densidades energéticas baixas. Usualmente após o início da aplicação, o efeito analgésico provocado permite modelar os parâmetros para os fins desejados. Pode ser necessário administrar-se um anestésico local para permitir a execução do tratamento, situação frequente nas ondas focais e pouco frequente nas ondas radiais (1,4).

 

4.4 - Efeitos secundários e contraindicações -São múltiplos os efeitos indesejados, referidos na literatura, tanto em humanos, como resultado de experimentação animal. Os efeitos secundários estão relacionados com a densidade energética (raros para valores inferiores a 0,3 mJ/mm2). Incluem o edema local, a hiperémia, o hematoma, as petéquias, as lesões cutâneas e a exacerbação das queixas inflamatórias ou álgicas.

Para proceder a nova sessão, os efeitos secundários devem ter desaparecido completamente, o que acontece usualmente no prazo de uma semana.

São várias as contraindicações absolutas reportadas na literatura, tais como o uso de pace-maker, a gravidez, as infeções cutâneas, as lacerações e feridas cutâneas, as alterações da coagulação, a existência de medicações antiagregantes plaquetares e anticoagulantes, as polineuropatias, a patologia neoplásica, a aplicação sobre a região pulmonar (excluída a aplicação sobre a clavícula, arcos costais), a aplicação na região precordial, a aplicação sobre pratos epifisários e cartilagens de crescimento e as aplicações sobre estruturas do sistema nervoso central (1,2,4).

 

4.5 – As ondas de choque e a evidencia – Existe uma evidencia satisfatória para a aplicação de ondas de choque no tratamento das tendinopatias crónicas de inserção e de não inserção. No caso da tendinopatia de Aquiles (12) esse benefício foi demonstrado, bem como o acréscimo de qualidade terapêutica com a associação do trabalho de alongamento excêntrico. Uma revisão sistemática descreve a eficácia terapêutica das ondas de choque na tendinopatia do grande glúteo, do tendão patelar e do tendão de Aquiles, particularmente quando outras terapêuticas conservadoras não foram eficazes (13). A evidencia das ondas de choque radiais tem sido progressivamente construída, particularmente nas tendinopatia crónicas, tanto no alívio da dor como na dimensão regenerativa (14).

 

 

4.6 –Bibliografia

 

1-Csaszar, N. B. and C. Schmitz (2013). "Extracorporeal shock wave therapy in musculoskeletal disorders." J Orthop Surg Res 8(1): 22.

2-Foldager, C et al (2012). "Clinical Application of Extracorporeal Shock Wave Therapy in Orthopedics: Focused versus Unfocused Shock Waves." Ultrasound in Medicine & Biology 38(10): 1673-1680.

3-Romeo, P. et al. (2014). "Extracorporeal Shock Wave Therapy in Musculoskeletal Disorders: A Review." Medical Principles and Practice 23(1): 7-13.

4- Soares Branco P et al. Temas de Reabilitação-agentes físicos. Medesign 2005  

5-Gur, A. et al. (2013). "Comparison of the Efficacy of Ultrasound and Extracorporeal Shock Wave Therapies in Patients with Myofascial Pain Syndrome: A Randomized Controlled Study." Journal of Musculoskeletal Pain 21(3): 210-216

6-Buchbinder, R. et al. (2006). "Shock wave therapy for lateral elbow pain." The Cochrane Library 4.

7-Dizon, J. N. et al. (2013). "Effectiveness of extracorporeal shock wave therapy in chronic plantar fasciitis: a meta-analysis." Am J Phys Med Rehabil 92(7): 606-620.

8-Qin, L. et al (2010). "Osteogenesis induced by extracorporeal shockwave in treatment of delayed osteotendinous junction healing." J Orthop Res 28(1): 70-76.

9-Hsu, C. J. et al. (2007). "Extracorporeal shock wave therapy for calcifying tendinitis of the shoulder." J Shoulder Elbow Surg.

10-Amaral C, Ferreira A, Pereira A, Laín J: Ondas de choque na tendinopatia crónica do ombro. Medicina Física e de Reabilitação 2002;10: 31-4.

11-van Leeuwen, M. T., J. Zwerver and I. van den Akker-Scheek (2009). "Extracorporeal shockwave therapy for patellar tendinopathy: a review of the literature." Br J Sports Med 43(3): 163-168.

12 - Al-Abbad H, Simon JV. The effectiveness of extracorporeal shock wave therapy on chronic achilles tendinopathy: a systematic review. Foot Ankle Int. 2013 Jan;34(1):33-41.

13 - Mani-Babu S, Morrissey D, Waugh C, Screen H, Barton C. The effectiveness of extracorporeal shock wave therapy in lower limb tendinopathy: a systematic review. Am J Sports Med. 2015 Mar;43(3):752-61.

14 - Gerdesmeyer L, Mittermayr R, Fuerst M, Al Muderis M, Thiele R, Saxena A, Gollwitzer H. Current evidence of extracorporeal shock wave therapy in chronic Achilles tendinopathy. Int J Surg. 2015 Dec;24(Pt B):154-9.

 

 

 

Seguidores